Se a mulher, em muitas sociedades contemporâneas, ainda é discriminada por consequência da cultura machista, mais se percebe que a mulher negra é alvo em alto grau de diversas formas de preconceito. Pensando que a Escola deve ser um lugar para se discutir questões que levem à conscientização dos indivíduos, tomamos como material de estudo a vida de Rosa Maria Egipcíaca e sua trajetória de estigmas, de prostituta à santa. É nosso intento analisar a sua condição de mulher negra, africana e escrava, a princípio marginalizada pela sociedade brasileira colonial durante o século XVIII, e posteriormente, figura de importância e destaque social. A obra Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz (1997), de Heloísa Maranhão, permite-nos mostrar a necessidade de trabalhar, em sala de aula, leituras críticas dos elementos ficcionais e históricos que envolvem Rosa Maria Egipcíaca, a fim de questionarmos o poder patriarcal, lembrando o quanto ele ainda se faz vigente na sociedade. Com isto, esperamos despertar a consciência crítica dos alunos para questões diversas sobre a condição da mulher, que aconteceram no Brasil colonial, nos tempos de Rosa Maria, mas que ainda são recorrentes nos dias atuais, principalmente com as mulheres negras e da camada social mais desfavorecida.