É bem verdade que a poesia nos possibilita ver o mundo de uma maneira singular, sendo uma arte que nos provoca sensações e nos leva a lugares reais e/ou imaginários. Dada sua particularidade e o seu poder transformador em nossas vidas, “a poesia pode ser um elemento fundamental de educação da sensibilidade” (PINHEIRO, 2005, p. 25). Tal perspectiva em relação à arte deveria ser um dos fios condutores do trabalho com a poesia em sala de aula aliado ao objetivo de levar, em especial os pequenos leitores, a perceber essa brincadeira com as palavras e suas múltiplas significações. No contexto da Educação Infantil, verificamos a necessidade de uma proposta de trabalho que contribua para o desenvolvimento pelo gosto da poesia, uma vez que este é um dos gêneros literários menos prestigiados nas práticas pedagógicas em detrimento de gêneros narrativos. As razões para essa situação vão desde a formação leitora do docente ao desconhecimento de metodologias que favoreçam as possibilidades de leitura. Nesse sentido, o presente trabalho busca relatar e refletir sobre os entraves pedagógicos no trabalho com o gênero poema direcionado ao público mirim, tendo como colaboradoras professoras da educação Infantil da rede municipal. Como aporte teórico, citamos os estudos de Abramovich (1997), Bordini (1986), Gebara (2002), Pètit (2008), Pinheiro (2005, 2007), dentre outros. Pretendemos com esse trabalho ampliar um pouco mais os horizontes de perspectivas de ensino da Educação Infantil, de forma a introduzir a poesia no cotidiano escolar, a fim de possibilitar às crianças as vivências poéticas de maneira espontânea, divertida e prazerosa.