Artigo Anais VI ENLIJE

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-0670

PERFORMANCES E PERCURSOS NARRATIVOS EM TERRA SONÂMBULA, DE MIA COUTO

Palavra-chaves: PERFORMANCE, ORATURA, LITERATURA AFRICANA Comunicação Oral (CO) GT-07: LITERATURA AFRO-BRASILEIRA E AFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA NEGRA
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Publicado em 31 de agosto de 2016

Resumo

As narrativas africanas estão associadas às múltiplas influências que se arrastam de um passado colonial atravessado pela dominação europeia até um presente em que a tradição e a modernidade se entrecruzam na construção de formas narrativas como reação às subserviências instaladas desde séculos atrás. Terra sonâmbula é essa expressão romanesca que se vincula à redefinição das identidades, assimilando as tradições da oratura africana, acomodando os enredos dos contos que inscrevem e acomodam as vozes os antigos griots na escritura, remodelando-a. A palavra torna-se signo de ambivalência em que por meio dela estão calcadas as viagens (deslocamentos físicos e mergulhos nos enredos das narrativas orais) empreendidas por Tuahir e por Muidinga. Este trabalho envereda pelos domínios do romance moçambicano, buscando investigar as dobras da escritura potencializada pela oratura a ela associada. Os principais objetivos: 1) Analisar a narrativa Terra sonâmbula, de Mia Couto, fazendo um levantamento dos aspectos estéticos e temáticos que evidenciam as inscrições culturais africanas; 2) Caracterizar a questão genológica da narrativa em estudo e suas relações com as narrativas orais africanas; 3) Descrever a dimensão performática que a palavra escrita ganha ao reverberar e assimilar as dicções da tradição oral africana. A partir disso, o estudo das escrituras africanas revela a função bárdica e a dimensão performática que ganha a palavra escrita amalgamada ao encantamento que se insinua para o leitor, desmantelando os padrões genológicos estabelecidos pelo cânone. Nossas reflexões estão fundamentadas à luz das teorias de Leite (2012; 2013); Zumthor (2014); Krakowska (2012); entre outros.

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