O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a leitura literária do conto na educação infantil, considerando o aluno sujeito autônomo na construção desse processo. Nesse propósito, atenta-se para a interação leitor-texto e as estratégias criadas pela escola para a efetivação da leitura do conto em seus espaços educacionais. Assim, faz-se uma análise crítica das metodologias trabalhadas pelo professor no ensino desse gênero, focando, principalmente, narrativas ficcionais como “Chapeuzinho Vermelho” e “A Bela e a Fera”, obras significativas na exploração do assunto, no intuito de se encontrar alternativas pedagógicas propositivas para a formação do aluno-leitor competente. Este estudo embasa-se, metodologicamente, na pesquisa bibliográfica, através da qual se constrói um diálogo permanente com D’onófrio (1995), Miguez (2000), Lajolo (2008), Santos & Souza (2004), Cosson, (2007), entre outros autores que enfocam o tema, numa interrelação com as experiências que temos vivenciado como docente de Língua Portuguesa de escolas das redes pública e privada de ensino. Os resultados desta investigação singularizam a análise dos contos infantis, nas suas especificidades de construção e linguagem, o que não se revela por meio de atividades de leitura implementadas para a exploração de conteúdos gramaticais limitados alheios às necessidades, desejos e especificidades da criança. Antes, constrói-se como descoberta prazerosa que reflete o encontro do leitor-aprendente com suas próprias capacidades de leitura ficcional, mediatizado pelas experiências da subjetividade humana. Portanto, denota-se a escola como instituição importante para as aprendizagens do aluno; e, como tal, deve estabelecer-se como espaço motivador de um processo de leitura literária dinâmico e competente.