Dentre a variada gama de entes estranhos engendrados pela fantasia dos homens, a bruxa constitui uma das mais populares criações do imaginário. Sua universalidade é atestada pela recorrência e diversificadas formas ou nomes com que aparece em diferentes culturas. Embora, guarde sempre uma identidade comum de origem, que se mantém na figura que a torna facilmente reconhecível. Sua imagem vem-se constituindo desde os cultos primitivos a deusa mãe-natureza, as antigas lendas célticas, a feiticeira medieval fabricada pela Inquisição e ganhando força, ao longo do tempo, nas representações artísticas e, especialmente, na literatura alimentada pela tradição oral. Nosso trabalho tem como objetivo principal analisar o papel da bruxa na série America, The Secret Cicle, traduzida para Brasil como O Círculo Secreto, baseado no romance da escritora norte-americana L. J. Smith. Para Tanto, nossa fundamentação teórica baseia-se em Pellegrini (2003), Xavier (2003) Chevalier e Gheerbrant (2009) e Coelho (1987). A análise nos mostra que o caráter fantástico e, no mesmo tempo, cristianizado, da figura mulher/bruxa concedeu as personagens analisadas atributos que permite cotejá-las com a bruxa, representantes da sociedade medieval dominante pela cultura céltica e que na série apresentam características míticas e simbólicas de culturas pagãs e cristãs, mas numa sociedade moderna.