Na última década, o Governo Federal, por meio das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, realinhou a educação brasileira, incluindo a disciplina de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Porém, a mesma lei que regulamenta o componente curricular não estabeleceu diretrizes para a sua eficácia. Ou seja, o Ministério da Educação – MEC, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECADI não atentaram para a formação docente no que compete ao trabalho com as temáticas de matriz africana consideradas na lei. Este trabalho pretende refletir sobre a presença ou ausência da Literatura Africana de Língua Portuguesa na sala de aula, para tanto analisa os planos de ações e metas elaborados por 2 escolas da Educação Básica de São Luís (MA), identificadas como Escola (A) da rede privada e Escola (B) da rede pública. Objetivamente investigamos, no âmbito da interculturalidade, a leitura de contos africanos de Angola e Moçambique em Língua Portuguesa para a promoção do ensino de base intercultural previsto na lei analisando as principais variáveis socioeconômicas dos sujeitos envolvidos na pesquisa, para isso utilizamos os aportes teóricos de MUNANGA (2010), CANDAU (2003) e BOURDIEU (2010). Nessa perspectiva, refletimos por meio de dados obtidos em pesquisa de campo, que a inserção da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira, embora esteja contida no plano de ações e metas das escolas permanece ausente na sala de aula, quadro muito comum no Brasil.