Luís Jardim é natural de Garanhuns/PE e contemporâneo de Raquel de Queiroz e João Guimarães Rosa. Estabeleceu residência no Rio de Janeiro depois de ter abandonado sua terra natal devido à hecatombe e ter vivido muitos anos no Recife, quando conheceu Gilberto Freyre e José Lins do Rego. É autor de contos, romances e uma peça teatral. Vencedor de vários prêmios literários, sua obra é atemporal e está impregnada do agreste/sertão pernambucano, da ingenuidade do povo sertanejo, dos valores da família, da fauna e da flora da caatinga e das tradições do nordeste. O presente trabalho visa utilizar a Teoria da Recepção de Robert Jauss para analisar a recepção da obra escrita de Luís Jardim comparando-a com a adaptada para os palcos pela Troupe Azimute. Para tanto faz-se necessário revisão de literatura sobre a vida e a obra do autor, realização de pesquisa junto a bibliotecas no que se refere ao quantitativo de leitores de sua obra em sua cidade natal e comparação com o alcance atingido pela mesma obra após sua adaptação para os palcos para em seguida analisar sua recepção sob a luz das sete teses de Jauss. O trabalho desenvolvido pela Troupe Azimute nos últimos quatro anos revela a disparidade numérica entre as dezenas de pessoas que tiveram contato com a obra escrita de Luís Jardim nos últimos cinco anos e as cerca de oito mil pessoas entre crianças, jovens e adultos que puderam conhecer sua obra teatralizada. Considerando as possibilidades de alcance de uma obra literária quando adaptada para os palcos, é preciso reconhecer e valorizar o trabalho de um grupo teatral que pesquisa, estuda e busca sempre suas raízes culturais, divulgando autores que não aparecem na mídia sejam eles dramaturgos ou não.