Este artigo aborda a presença - ou ausência - da cultura negra na educação infantil, a partir da experiência pedagógica durante um projeto de intervenção realizado com um grupo de crianças da Educação Infantil com idades entre 5 e 6 anos do Núcleo de Educação da Infância, Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – NEI/CAp/UFRN. Intencionamos com este trabalho contribuir para a afirmação e/ou construção de identidade da criança negra cuja ancestralidade carrega uma história invisibilizada, predominantemente marginalizada, para este fim, utilizamos a leitura de literatura afro-brasileira como sendo algo prazeroso e que traz contribuições de ordem cognitiva, emocional e social. Além disso, o reconhecimento, a valorização e o acolhimento às diferenças, compreendendo que todos nós temos um modo de ser e viver no mundo foram elementos fundamentais para o desenvolvimento e valorização do outro no espaço escolar. Partindo destes princípios, usamos como principal instrumento a leitura de literatura infantil afro-brasileira. A partir da leitura e da discussão desses textos literários, levamos as crianças a refletirem acerca da influência do povo africano em nossa cultura. Assim, constatou-se que o texto literário é uma escolha assertiva, pois, a partir das discussões as crianças demonstraram interesse, curiosidade e respeito pela diversidade cultural do seu povo, reconhecendo que todos nós somos diferentes e isso não nos impede de convivermos juntos e partilharmos da diversidade de valores, crenças, manifestações, expressões culturais.