O povoado Remanso, situado no município de Grajaú, Maranhão, tem população constituída por famílias assentadas oriundas de São Pedro dos Cacetes, após uma histórica disputa por terras, que envolveram os povos indígenas Tentehar. Segundo Coelho (2002), tais conflitos marcaram as relações entre índios e não-índios na região. Diante desse episódio histórico e tomando como premissa a Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena, este trabalho tem por objetivo investigar como está ocorrendo a aplicabilidade desta lei nas escolas de Remanso. Utiliza-se como procedimentos metodológicos a observação e a entrevista com 04 professores de escolas públicas. Discute-se como resultados as falas dos professores que apontam para o desconhecimento da lei e para uma resistência em trabalhar conteúdos que tratem da questão indígena. Assim, este estudo aponta para a necessidade de se repensar a escola como esse espaço de fronteira étnica, que promova o diálogo intercultural.