Entre os séculos XVI e XVIII, notabiliza-se um lento, porém inequívoco, movimento de transformação dos comportamentos e da circulação de normas de adequação, da uniformização dos costumes e, principalmente, delineia-se um esforço de codificação e controle das vontades individuais. Este processo dinâmico de regulamentação dos comportamentos considerados socialmente aceitáveis encontrava-se intrinsecamente relacionado às noções de educação e de civilidade, concepções estas largamente difundidas em livros e manuais do período em questão (REVEL, 2009, p. 169-210). A Companhia de Jesus, utilizando-se de estratégias e práticas educativas, engendrou um eficaz projeto catequético que tinha importantes conexões com o conceito de civilidade que desenvolvia-se nesse momento. O objetivo deste artigo, portanto, é analisar as relações entre o conceito de civilidade e as práticas educativas da Companhia de Jesus.