O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e tem levantado uma série de questões cruciais para gestores e pesquisadores não apenas dos sistemas de saúde, mas de todos os âmbitos sociais. Neste sentido, é de suma importância conhecer os efeitos desse fenômeno, tanto sobre a fisiologia dos órgãos e funcionamento celular, quanto sobre a apresentação clínica e laboratorial de doenças que possuem importância para saúde pública. O objetivo deste estudo é descrever a prevalência de distúrbios da tireoide em uma população de idosos residentes em comunidade. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, de base populacional e domiciliar, realizado com idosos do município de Aiquara-Ba. Participaram do estudo idosos de ambos os sexos que atenderam aos seguintes critérios de elegibilidade: ter 60 anos ou mais de idade, não institucionalizados; com residência fixa na zona urbana. Foram coletadas amostras sanguíneas para dosagem sérica de TSH e T4L para avaliação de quadros de disfunções desses hormônios. Os valores médios de TSH encontrados para mulheres e homens foram 2,7 (DP±6,5) mUI/mL e 2,2 (DP±3,8) mUI/ml, respectivamente; os valores médios de T4L foram de 1,2 (DP±0,1) ng / dL em mulheres e 1,1 (DP±0,2) ng / dL nos homens. O hipotireoidismo subclínico foi o agravo de maior prevalência (3.7%), seguido do hipertireoidismo subclínico (2.9%). As difunções da tireoid foram observadas em sua maioria nos idosos de 70 à 79 anos (41%), não-brancos (54%), do sexo feminino (56%), com baixo grau de escolaridade (62%) e com baixa renda (85%). Conclui-se que determinantes genéticos e ambientais, bem como as precárias condições socioeconômicas, quanto alguns maus hábitos de vida (como o sedentarismo) podem influenciar essa condição de saúde dos idosos participantes deste estudo.