O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que vem se configurando como um problema de saúde pública em ascensão, sendo acompanhada por uma série de complicações que comprometem a qualidade de vida do indivíduo portador da doença e de seus familiares. Dentre as complicações originadas pela DM destacam-se as doenças macro e microvasculares, entre elas estão complicações cardiovasculares, acidente vascular encefálico, doença vascular periférica, retinopatias, nefropatias e neuropatias. Uma das principais complicações do DM é a neuropatia diabética periférica (NDP), a qual chega atingir 50% dos portadores. Esse tipo de neuropatia atinge o sistema nervoso periférico sensitivo, motor e autonômico, podendo gerar quadros de déficit de sensibilidade vibratória, cinestesia e sensibilidade tátil, progredindo para uma diminuição da propriocepção, fraqueza muscular, alteração de pressão nas plantas dos pés, perda de equilíbrio, resultando no aparecimento de úlceras plantares, risco de quedas e até amputações em membros inferiores. Nesse sentido, o objetivo dessa revisão sistemática foi analisar os estudos que utilizaram a fisioterapia como recurso terapêutico no tratamento de indivíduos idosos diabéticos e verificar seus resultados frente às respostas funcionais dessa população. Para a realização do levantamento bibliográfico foi realizada uma busca sistematizada nas bases de dados MEDLINE, PubMed, ISI Web of Science, Cochrane Library, ScIELO, LILACS e PEDro referentes às publicações de artigos completos de ensaios clínicos entre janeiro de 2005 e dezembro de 2015. Todos os trabalhos tiveram suas qualidades metodológicas avaliadas pela escala de PEDro e somente os estudos com notas acima de cinco pontos foram incluídos na revisão. Foram encontrados 586 estudos, sendo que desses apenas 10 artigos foram incluídos após a avaliação criteriosa. Após a análise do conteúdo, foi observado que a média do número de participantes dos estudos foi de 50,20 ± 17,02, variando de 27 a 79 indivíduos, 60% dos estudos possuíam idosos com NDP, e 90% distribuíram os participantes em dois grupos (intervenção e controle). O equilíbrio foi a variável mais pesquisada (90%), o Timed Up and Go Test foi o instrumento mais utilizado pelos estudos para avaliar os efeitos da intervenção (50%), a maioria dos protocolos utilizaram a combinação de três ou mais modalidades terapêuticas (60%), e em 80% dos estudos foram observados resultados positivos para melhora da sensibilidade, distribuição da pressão plantar, força de membros inferiores, mobilidade funcional, funcionalidade, marcha, condicionamento físico, equilíbrio e risco de quedas dos idosos diabéticos. A maioria dos estudos demonstrou resultados benéficos da fisioterapia para o tratamento de comprometimentos funcionais de idosos diabéticos com ou sem NDP, mesmo utilizando diferentes metodologias, seja nos protocolos de avaliação das intervenções, como também nos recursos empregados. Essa variabilidade inviabiliza qualquer tipo de generalização desses resultados em relação a qual melhor ou mais eficiente recurso a ser utilizado para avaliar os possíveis comprometimentos provocados pelo diabetes, ou qual programa de intervenção ideal para tratar determinado tipo de complicação. Nessa perspectiva, são necessários mais estudos com maior especificidade metodológica para que haja uma padronização de protocolos de avaliação e tratamento, auxiliando assim uma prática baseadas em evidências.