INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional no Brasil trouxe consigo mudanças no perfil epidemiológico e a expansão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), dentre elas o câncer. No Brasil, dentre os tipos mais incidentes há o câncer de pulmão que embora ela não seja a patologia mais incidente, ela é a neoplasia que possui maior letalidade, em virtude da elevada razão entre a mortalidade e a incidência (GLOBOCAN, 2012). O objetivo deste trabalho foi analisar a tendência de mortalidade por câncer de pulmão em idosos, no Brasil e regiões brasileiras, considerando o período de 1998 a 2032. METODOLOGIA Trata-se de um estudo ecológico do tipo misto que avaliou a taxa de mortalidade por câncer de pulmão sendo a população composta por indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Ademais, considerou-se o local da residência dos óbitos e a série histórica utilizada foi de 15 anos. Os dados concernentes à mortalidade foram coletados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) disponível no DATASUS. Os dados da população foram coletados no sítio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a realização das projeções de cada período foi utilizado o modelo idade – período – coorte do programa Nordpred no software R. RESULTADOS No período entre 1° de janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2012 houve 1.443.550 óbitos por neoplasias entre idosos. Destes óbitos, 196.102 (13,5%) foram decorrentes do câncer de pulmão. A tendência da taxa de mortalidade específica aponta que a região Sul apresentará taxa bem superior a que é encontrada quando considerado todo o território brasileiro, tanto em homens, quanto em mulheres. Para os homens, a outra região que está acima da taxa encontrada no país é a região Sudeste e a taxa de mortalidade específica dessas regiões varia de 97,7 a 216,9 óbitos por 100.000 homens. Já para as mulheres, as regiões com as maiores taxas são as regiões Sul e Centro Oeste. Ademais, destaca-se a tendência de aumento das taxas ao longo de todo o período estudado, com a exceção da região Norte. DISCUSSÃO O câncer de pulmão entre idosos no Brasil provavelmente apresentará um padrão de distribuição diferente de acordo com o sexo e a região geográfica de ocorrência do óbito. Contudo, a medida que o hábito tabágico entre homens e mulheres começa e se aproximar, a mortalidade por câncer de pulmão também tende a se igualar entre os sexos. Com relação à região Sul do Brasil, área geográfica com as maiores taxas de mortalidade tanto entre homens quanto entre mulheres, ressalta-se que alguns autores encontraram nessa região as maiores prevalências de tabagismo (WÜNCH et al, 2010). CONCLUSÃO Após as análises das projeções e tendências realizadas nesta pesquisa é possível inferir que possivelmente haverá redução da taxa de mortalidade por câncer de pulmão em homens em todo o período avaliado. Já nas mulheres idosas, apenas a região Norte tenderá a redução das taxas de mortalidade específicas para câncer de pulmão, enquanto as demais regiões e o território brasileiro possivelmente apresentarão aumento desses valores.