Introdução: A desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é uma das vias plausíveis de ser contribuinte com o envelhecimento biológico, através de alterações nos níveis do principal hormônio glicocorticoide humano, o cortisol. As manifestações dessa desregulação são caracterizadas por perda de funções sistêmicas, incluindo a função física. A velocidade da marcha vem sendo destacada como uma ferramenta fundamental para a avaliação da função física em idosos. Objetivo: Determinar os níveis de cortisol e a velocidade da marcha em idosos institucionalizados. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, com 71 idosos residentes em instituições do município de João Pessoa – PB, Brasil. Os dados coletados foram velocidade da marcha (em percurso de 4 metros), medidas de cortisol salivar (primeira medida entre 6:00 e 7:00h; segunda medida entre 11:00 e 12:00h; e terceira medida entre 16:00 e 17:00h) e aspectos sociodemográficos e relacionados à saúde. O processamento, armazenamento e análise dos dados foram realizados pelo programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0. A estatística descritiva foi realizada através de medidas de distribuição. Resultados: A amostra do presente estudo foi composta por 71 idosos, sendo 45 mulheres (63,4%) e 26 homens (36,6%), com média de idade de 77,52 (±7,82) anos. Dentre os aspectos de saúde, 9,9% (n=7) dos idosos faziam uso de psicotrópicos, 32,9% (n=23) apresentaram sintomatologia sugestiva de depressão e 42,9% (n=30) referiram quedas nos últimos doze meses. Em relação à velocidade da marcha, a média foi de 0,52 (±0,19) m/s. Quanto às medidas de cortisol salivar, a maior concentração ocorreu na primeira medida, entre 6:00 e 7:00h, com média de 3,70 (±1,88) nmol/L. Conclusões: Foram observados níveis de cortisol salivar alterados, com maiores níveis no início da manhã, e um valor médio de velocidade da marcha reduzido nesta população. Ambos, cortisol salivar e velocidade da marcha, são marcadores clínicos de muitos resultados adversos relacionados ao avanço da idade e, portanto, podem ser ferramentas úteis na rotina de avaliação dos idosos institucionalizados.