O presente estudo objetivou discutir sobre a prática da pesquisa científica e da leitura enquanto estratégias de inclusão, tendo como foco a produção de conhecimentos sobre a juventude contemporânea a partir de diálogos com jovens. Para tanto, foi realizado um estudo de campo com abordagem qualitativa que contou com a participação de nove jovens do Programa ProJovem Trabalhador do município de Patos (Paraíba). Como estratégia metodológica, optou-se por uma dinâmica de oficinas que envolvia leituras e entrevistas, organizadas a partir de uma perspectiva sócio-histórica e crítica da cultura. Pensando a escolha teórico-metodológica como uma opção ética e política, tem-se como alguns dos interlocutores Mikhail Bakhtin e Juarez Dayrell. As histórias e experiências trazidas pelos jovens neste estudo oferecem reflexões acerca das imagens da juventude sacralizadas para tratar de sujeitos concretos, bem como o reconhecimento da existência de espaços e tempos distintos onde essas experiências se materialização. Os discursos que os jovens trazem ao buscarem se enunciar abordam temáticas diversas, tais como literatura, música, dança, escola e educação, trabalho, uso de álcool e outras drogas, relacionamentos com amigos e suas influências, vida familiar e diálogo, saúde-doença, esporte, cidade e lazer, dificuldades, mortes, ausências, intolerância, sexualidade e expectativas. Suas narrativas demarcam a inexorável relação entre sujeito e sociedade. Assim, ao se apresentarem enquanto sujeitos singulares trazem à baila temas que perpassam toda a sociedade, posicionando-se sobre as questões que envolvem as relações assimétricas entre crianças/jovens e adultos.