O presente estudo analisa a construção histórica social da educação em direitos humanos nas escolas indígenas do povo Xukuru da Serra do Ororubá no município de Pesqueira. Verificando como se constitui as dinâmicas de lutas e a conquista do direito a educação na perspectiva dos direitos humanos, sob a ótica de um modelo educacional diferenciado e incorporado ao seu projeto de vida, a partir de entrevistas realizadas com alunos e professores de 6 (seis) escolas indígenas que cursam do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. As entrevistas foram realizadas com 10 professores e 50 alunos em escolas indígenas públicas estaduais localizadas na Vila de Cimbres e em demais áreas da reserva. Desta forma procurou-se investigar diversos fatores ligados ao contexto social em que esta educação está inserida. A análise dos dados apontou um quadro preocupante de descaso do poder público com a educação indígena, com precarização dos contratos de trabalho dos profissionais de educação, falta de investimento em material humano e didático e um modelo estrutural de ensino, implantado pelo poder público, que reforça situações de preconceito e exclusão social. Assim, constatamos que as ações por uma educação de qualidade, com respeito à diversidade e a todo um rol de especificidades que envolvem a educação indígena são frutos de intensas batalhas travadas pelo laborioso povo Xukuru ao longo do tempo. Os resultados demonstram que os avanços institucionais alcançados nos últimos anos são importantes, contudo, insuficientes para a garantia de direitos plenamente constituídos. Demonstra de mesmo modo, que os povos indígenas continuam a serem vítimas de um modelo educativo que produz e reproduz novas e antigas formas de assimilação cultural, de preconceito, de desrespeito e de erradicação do seu modo de vida. Deixando claro que as estratégias de enfrentamento adotadas, diante dos desafios da prática pedagógica aplicadas à realidade socioeconômica, política e cultural continuam sendo insuficientes frente a um histórico sistema de exclusão.