A chegada de um filho representa, para a grande maioria das famílias, um dos acontecimentos mais essenciais, resguardado de trocas afetivas, emoções, vivências, planejamento e expectativas, tais essas, que podem ser modificadas quando este demanda necessidades especiais. O objetivo desse trabalho é apresentar os principais desafios enfrentados pelas famílias de pessoas autistas e, sobretudo, o que os profissionais da Psicologia podem fazer para agir como mediadores em meio à singularidade familiar, já que este diagnóstico é considerado um gerador de mudanças. Para tanto, realizou-se uma revisão sistemática na literatura no Banco de Teses CAPES e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que concentra informações da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e do Scientific Eletronic Library (SciELO), utilizando como descritores “autismo”, “psicologia” e “desafios familiares”. Foram listados 101 trabalhos, dos quais apenas 16, selecionados e analisados de forma qualitativa, publicados entre 2002 e 2015. Como critérios de refinamento foram incluídos os artigos que relacionavam o tema proposto, publicados no Brasil, disponibilizados como texto completo e excluídos os artigos coincidentes. Os resultados revelaram que as principais dificuldades encontradas pelos pais de pessoas autistas relacionam-se à necessidade de pôr os filhos como foco de suas vidas, o que reverbera em: (1) evasão da carreira profissional; (2) prejuízos nas relações afetivas; (3) falta de atenção e cuidado com os outros filhos e, (4) no esvaecimento da esperança de evolução do quadro do autista. Por fim, espera-se que este trabalho possibilite uma reflexão frente aos reais obstáculos encarados pelas famílias e que os profissionais da psicologia possam formar uma rede de apoio, apresentando para essas, saldos positivos.