A música, desde os primórdios, está presente no âmbito social, com as mais diversas funções e significações, como a celebração às divindades, ao nascimento, às perdas, aos ganhos, etc. Ela é um patrimônio cultural, carregada de subjetividade, sentimentalismo e significação para aqueles que a produzem, ouvem, sentem. É propósito deste artigo ir além da “função primária”, ao mostrar um outro lado da música: como um instrumento de inserção social de crianças e adolescentes que vivem cotidianamente em um alto risco social de adentrar no mundo da criminalidade, das drogas, ou tantos outros males. Neste contexto, surgem os programas sociais que utilizam a música como ferramenta para que estas pessoas possam estar incluídas na sociedade. Destacaremos o funcionamento e alguns resultados do Programa de Inclusão através da Música e das Artes (PRIMA), existente em doze cidades da Paraíba, e que vem alcançando grandes conquistas, promovendo, de fato, a inclusão social, e, portanto, justificando a importância de projetos com esse intuito. Analisaremos dois depoimentos de alunos que estão hoje, cursando música em uma universidade pública. Vale ressaltar que formar músicos não é o objetivo do PRIMA, o “se tornar músico” é uma escolha do aluno – agora, um cidadão incluído e consciente dos seus direitos e deveres civis, de fato, em sua sociedade.