As identidades de gênero e sexualidades se configuram como construções sociais e culturais, implicadas linguística e politicamente por relações de poder, perpassadas por produções discursivas que fundamentam a elaboração de identidades e produzem a diferença. Neste sentido, a escola e, particularmente o currículo apresentam-se como importantes dispositivos na reprodução do que se estabelecem sobre gênero e sexualidades, estabelecendo os espaços legítimos e subalternos. Partindo desse pressuposto, objetivamos problematizar as inflexões de fatores constituintes da cultura no processo de construção da identidade e diferença, tendo como recorte gênero e sexualidades, voltando o nosso olhar para as sexualidades que escapam as dicotomias, fazendo um esforço para apreendermos os arranjos políticos que utilizam o currículo como ferramenta para fortalecimento das normas estabelecidas socialmente. A partir de provocações oriundas de participação em programas de extensão universitária relacionadas ao debate de gênero, sexualidades e raça, desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba, vinculado ao departamento de Serviço Social da instituição, elaboramos uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, de natureza exploratória vislumbrando compreender as relações entre currículo e normalização do gênero e sexualidades, reverberando a produção da identidade e abjeção. Assim, utilizamos alguns textos de autores que se debruçam sobre o tema, artigos publicados em periódicos que dialogam com os estudos culturais no sentido de problematização das construções identitárias anteriormente citadas. Evidenciamos que o currículo enquanto construção social encontra-se implicado diretamente no fortalecimento das identidades hegemônicas e na produção da diferença, portanto, o mesmo deve ser compreendido com político, sendo utilizado como ferramenta potente na produção da identidade e diferença.