Este trabalho tem como objetivo discutir a forma como o componente curricular Ensino Religioso é vivenciado nas escolas públicas brasileiras. O Estado se declara laico e a matrícula neste componente curricular é obrigatória quanto à oferta, porém, ao estudante, é facultado o direito de escolher se quer ou não participar das aulas. No Brasil, a Constituição garante o direito de cada pessoa escolher seu credo e professá-lo da forma que lhe aprouver. Porém, ainda é comum ver atitudes de intolerância religiosa quando se brinca com o sagrado do outro ou mesmo quando as relações terminam em agressões. A escola, por ser um espaço democrático, acaba tendo que lidar com estes comportamentos que, muitas vezes, atrapalham o curso do trabalho pedagógico. Assim, sentimos a necessidade de discutir esta questão refletindo sobre como se dá o processo de laicidade, de formação dos professores deste componente curricular, da escolha dos Direitos de Aprendizagem e do processo de inclusão de todas as pessoas no ambiente escolar para que se sintam pertencentes ao mundo e possam viver de forma consciente e conviver com as outras pessoas de forma harmoniosa. O conhecimento da cultura do outro facilita a compreensão e aceitação do seu jeito de ser, de pensar e de estar no mundo. A religião é vista por uns como via de desencantamento, como afirma Weber e por outros, como Pierucci, como via de reencantamento do mundo. Quanto à escolha dos Direitos de Aprendizagem, o FONAPER orienta que sejam trabalhados na perspectiva das Ciências da Religião para evitar o doutrinamento, o fundamentalismo e o proselitismo. Esta pesquisa faz parte do trabalho que estamos desenvolvendo no mestrado em Ciências da Religião na Universidade Católica de Pernambuco.