Introdução: A Hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae apresentando alta infectividade, baixa patogenicidade e alta virulência, afetando principalmente a pele e os nervos periféricos; podendo induzir a instalação de incapacidades e deformidades. O Ministério da Saúde apresenta o Programa de Prevenção e Controle da Hanseníase visando entre outras ações: tratamento gratuito e precoce, através da Poliquimioterapia (PQT), vigilância dos contatos e prevenção de incapacidades. A hanseníase afeta todos os ciclos da vida, entre eles o idoso que deve receber atenção compatível aos seus determinantes do processo de envelhecimento. Entre as determinantes evidencia-se a anidrose; período de esvaziamento gástrico; e queixas osteomusculoarticulares, que requerem compreensão ampliada do cuidado do profissional, assim como estabelecimento de um plano de cuidados adequado ao ciclo da vida. Descrição metodológica: Relato de Experiência. Local: Unidade Básica de Saúde do Distrito Água, campo de prática da Universidade Federal do Pará (UFPA). Período: 08.2011 à 06.2012. Sujeitos: Docente e acadêmicos do 3º semestre de Enfermagem da UFPA. Resultados: No campo de prática os alunos realizaram consultas ao idoso portador de hanseníase, seguidas de estudo em grupo, apreendendo inicialmente as impressões dos alunos acerca: do que eles compreendem por hanseníase; como deve se sentir uma pessoa com hanseníase; Será fácil aceitar o tratamento? O que acontece no processo de envelhecimento? Quais as implicações da hanseníase ao idoso? Quais os pressupostos do Programa da Hanseníase do Ministério da Saúde? Após o estudo em grupo, identificaram as potencialidades de uma assistência integral ao idoso portador de hanseníase: mediante uma anamnese detalhada com escuta ativa ao idoso. De posse das reflexões os alunos, acompanhados da docente realizaram consultas posteriores, apreendendo as particularidades de cada cliente, culminando em um plano de cuidados que entre outras ações, evidenciaram: o cuidado com a hidratação e com a pele, visto que a hanseníase em si induz a anidrose – deixando o idoso mais propenso ao ressecamento acentuado da pele com consequentes fissuras, lesões e porta de entrada para infecções; prevenção de quedas e o monitoramento da instalação das incapacidades, bem como as prevenções. Além de monitoramento da aceitação ao PQT e vigilância das queixas gástricas e a relevância da assistência multiprofissional. Conclusão: as atividades desenvolvidas visaram estimular o acadêmico a compreensão ampliada da assistência ao idoso portador de hanseníase, refletindo os pilares da assistência ao idoso portador de hanseníase e os princípios da Atenção Primária em Saúde, no fomento da reflexão articulando a vigilância à saúde e prevenção de incapacidades, baseado na individualidade.