Estudos e pesquisas científicas acerca do fenômeno aprendizagem resultaram no aparecimento de diversos conceitos e teorias, na tentativa de elucidar fatos referentes ao processo de aprender. Um ponto norteador desse trabalho é a relevância do tema envelhecimento uma vez que o Brasil deixou de entendê-lo como uma preocupação individual, atribuindo um significado social e bem mais amplo para esse segmento etário. Dessa forma, uma das possibilidades de garantir o bem-estar da pessoa idosa é reconhecer sua capacidade de aprendizagem e oferecer ampliações cognitivas cada vez mais elevadas. Sob este enfoque, o objetivo deste trabalho é discutir a relação existente entre a teoria vigotskiana e a pessoa idosa, visando estimular o conhecimento e a responsabilidade social no campo do envelhecimento humano. Observa-se que a aprendizagem tem sido objeto de estudo desde a antiguidade, onde filósofos e pensadores já se preocupavam em compreender sua natureza, características e fatores que a determinam. Assim, é sabido que o idoso não para de aprender, e sim renova as formas de assimilação e captação de informações e nem sempre necessita de um mediador “mais velho”, mas de alguém com um conhecimento diferente ou superior. Dessa forma, a teoria sociointeracionista postulada por Vygotsky (1994) foi empregada nesse trabalho para compreender o processo de aprendizagem dos idosos, onde organismo e meio exercem ação recíproca acarretando mudanças no indivíduo. Partindo da perspectiva da aprendizagem através das interações sociais constatou-se a necessidade de verificar como ocorre a mediação da aprendizagem nos idosos em situação de asilamento através de intervenções realizadas com uma população de 33 idosos em uma instituição asilar da cidade de João Pessoa-PB. A faixa etária variou entre 60 a 100 anos de idade, em ambos os sexos, sendo sua maioria mulheres. Os idosos foram convidados a participar voluntariamente das intervenções constituindo dessa forma uma população de amostragem acidental. Foram executadas as intervenções Técnica de Socialização onde cada indivíduo fala seu nome, origem e a importância do mesmo para a pessoa e a segunda técnica utilizada foi a de Descontração voz e violão com músicas cantadas pelos idosos. A partir das atividades realizadas foi possível observar que houve uma promoção de aprendizagem através da interação social, partindo do desenvolvimento real para o desenvolvimento potencial com o auxílio da mediação e que a linguagem atua como veículo socializador ao fazer o resgate da memória de curto e longo prazo e do desenvolvimento das funções cognitivas. Diante do exposto, constatou-se que a aprendizagem inclui relações entre as pessoas, onde a mediação é fator essencial para a formação de novas ZDPs e para o desenvolvimento do individuo, transformando e resinificando a forma de aprender da pessoa idosa. Palavras - chave: Idoso - Vygotsky – Situação asilar.