Levados pelo discurso atual favorável à inclusão no ambiente escolar, todos os estudantes são convidados a comungar de um mesmo espaço. No campo político, algumas medidas passaram a ser tomadas, como a aprovação da Lei da LIBRAS e a garantia da presença de intérpretes de LIBRAS nas escolas, ambas em favor dos educandos surdos. Dentre as barreiras enfrentadas no ensino e aprendizagem dos surdos em situação de educação inclusiva, no nosso caso relativas ao ensino da Matemática, destacamos o fato de que a comunicação continua sendo um grande impasse para um ensino de boa qualidade. A presente pesquisa objetiva analisar o saber matemático de alunos surdos matriculados em salas de aula regulares do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede de Ensino Pública Municipal da cidade de Cajazeiras/PB. Para isto, foram aplicados dois testes matemáticos com questões ancoradas nas habilidades e competências que um aluno do 9º ano deve demonstrar ao final do 4º ciclo de aprendizagem do Ensino Fundamental. Para a realização da análise de dados, nos debruçamos nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Matemática e constatamos que o saber matemático dos alunos pesquisados se reduz a um princípio de contagem bem estruturado, mas não muito vasto e a duas operações fundamentais da Matemática: adição e multiplicação. Tal constatação nos faz refletir sobre as práticas de ensino na educação inclusiva nas escolas, mostrando que, na prática, as propostas educacionais de inclusão quase que ignoram as leis.