Nesta comunicação, teceremos reflexões acerca do processo de construção literária em Reinaldo Arenas e Pepetela, a partir das noções de utopia e desencanto presentes na urdidura da trama em duas obras desses escritores. O corpus foi escolhido de modo a privilegiar uma aproximação entre a literatura cubana e a africana. Isso porque tanto Arenas quanto Pepetela se apropriam dos eventos históricos de seus países, tais como, conflitos civis e políticas despotistas, para tecerem seus discursos. O objetivo é examinar as representações literárias das crises internas dos movimentos revolucionários projetados em Antes que anochezca e A geração da utopia. Nossa hipótese é a de que o objeto estético se constrói a partir das relações sóciohistóricas estabelecidas pelo imaginário dos autores. Assim, por pertencerem a continentes, países e culturas diferentes a dinâmica de suas obras se distinguem, mas a construção arquitetônica de cada uma se vale, semelhantemente, do fator histórico para elaborar o tecido de suas narrativas.