Este estudo busca analisar comparativamente as imagens poéticas da cidade e do rio, presentes nos textos do pernambucano João Cabral de Melo Neto e do paraibano Hildeberto Barbosa Filho. Para isso, faremos um percurso dialógico e hermenêutico, apoiado nas contribuições de Bakhtin e Ricoeur, entre as imagens do rio, presente no poema “O cão sem plumas”, de João Cabral, e da cidade, em “A Comarca das Pedras”, de Hildeberto Barbosa. Tais imagens, além de surgirem como testemunhas da vida nordestina/Severina no Recife Cabralino e na Aroeiras Hildebertiana, recriam novas imagens pelas quais vão sendo representadas, formando, nos poemas, um significativo mosaico de metáforas. A discussão dialógica desses elementos revela a beleza poética metafórica presente no imaginário cultural nordestino, retratando, através das imagens simbólicas da cidade e do rio, questões existenciais do viver/sofrer humano.