O livro didático de língua portuguesa constitui um material de apoio/pesquisa escolar do aluno que frequenta o Ensino Médio. Sendo assim, em que medida esse recurso didático é manuseado de modo a tornar funcional e, mesmo pragmático, o ensino de língua materna no ambiente escolar? O objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão acerca da abordagem que o livro didático faz do texto e os recursos linguísticos inerentes à construção do sentido. O trabalho se impõe relevante pelo fato de apresentar uma reflexão acerca do ensino/estudo de linguagens nos dias atuais, averiguando o Livro Didático de Português que circula em escolas públicas da cidade de Soledade - PB. O presente estudo é fruto de um levantamento bibliográfico e documental de cunho qualitativo. A análise focou nos operadores argumentativos (conjunções) e o norte dado a esse estudo pelo manual do professor. Para tanto, tomou como orientação os direcionamentos dos documentos oficiais dirigidos ao Ensino Médio: PCNEM (2000) e RCEM-PB (2006). A base teórica se constitui de autores como Geraldi (2000), que defende a ideia de que o ensino de língua portuguesa deve ser feito a partir dos textos produzidos no meio social e, sobretudo, os textos produzidos pelos alunos para a prática da análise linguística; e Gomes (2003), que permite ao estudo corrente repensar acerca das contribuições da semântica cognitiva. A análise frente às atividades do livro didático selecionado para o estudo demonstrou que os autores do material consultado estão presos aos estudos da gramática tradicional e não se fundamentam em estudos linguísticos contemporâneos, com ênfase para as teorias semânticas.