O presente texto centra-se na discussão sobre inclusão social de pessoas com deficiência no contexto escolar e é fruto da pesquisa qualitativa que objetiva compreender se a atuação do(a) intérprete educacional é garantia de uma educação acessível e inclusiva para os(as) alunos(as) surdos(as). Para este artigo tratamos especificamente da Língua Brasileira de Sinais-Libras, como sendo instrumento fundante para inclusão dos(as) alunos(as) surdas no espaço escolar. Partimos do pressuposto que o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais-Libras, como língua materna do surdo, contribui na inclusão dos(as) surdos(as).Assim, tomamos como questão norteadora para este texto a seguinte questão: como se constituem os processos de comunicação, interação, inclusão e aprendizagem entre alunos(as) surdos(as) e ouvintes no contexto escolar? Para tratarmos esta questão delineamos o seguinte objetivo geral: compreender como se constituem os processos de comunicação, interação, inclusão e aprendizagem entre alunos(as) surdos(as) e ouvintes no contexto escolar. Como objetivos específicos: a) identificar os processos de comunicação, interação, inclusão e aprendizagem entre alunos(as) surdos(as) e ouvintes que ocorrem na escola, b) compreender os sentidos que esses processos apontam.
O presente estudo apresenta uma Abordagem de Pesquisa Qualitativa (GODOY, 1996). Como procedimentos de coleta de dados fizemos uso da Observação Participante (ANDRÉ, 2008) e da entrevista semiestruturada (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008). O referente estudo conta com a participação de cinco sujeitos que constituem uma turma do terceiro ano do ensino fundamental de uma instituição escolar pública municipal, localizada no munícipio de Caruaru-PE: um(a) intérprete educacional, um(a) professor(a) regente, dois alunos(as) surdos(as) e um(a) aluno(a) ouvinte. Para tratar os dados, tomamos como procedimento de análise de dados a Análise de Conteúdo, que busca a compreensão dos fatos para além do imediato, tendo por objetivos, a descoberta e o rigor (BARDIN, 2011). Os dados apontam que a turma em que se desenvolveu essa pesquisa, busca desenvolver processos inclusivos junto as(os) alunos(as) surdos, sem dicotomizar surdos(as) e ouvintes. Assim, destacamos o reconhecimento da Libras no contexto escolar como sendo um dos processos que contribuem para pensarmos em uma escola inclusiva.