Durante o Regime Militar brasileiro, a disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) se tornou obrigatória em todos os níveis da educação nacional. No entanto, antes dessa obrigatoriedade ser implantada em 1969, o tema de inserção dessa disciplina já estava sendo refletida e esquematizada. Seus livros didáticos, por sua vez, absorveram preceitos e conteúdos ideológicos condizentes com os interesses do regime e da pedagogia planejada para a educação brasileira, isto é, uma pedagogia tecnicista. Mesmo que a disciplina não tenha sido criada durante o governo militar, esta obteve características próprias do contexto ditatorial logo após o Golpe de 1964. Para esclarecer essa conjuntura, o presente trabalho busca analisar o corpo ideológico e as memórias construídas na obra de Plínio Salgado de 1965, denominada de Compêndio de Instrução Moral e Cívica, a partir de seus conteúdos, imagens e materialidade. Desse modo, almejamos destacar a importância de se pesquisar a História da Educação a partir dos livros didáticos.