A história das culturas escolares e das religiões se intercruzam ao estudarmos as instituições escolares de cunho religioso, abrindo possibilidade de análises múltiplas dos processos políticos e sociais das quais o ensino confessional estava inserido, sem dar margem aos seus aspectos culturais. O processo de escolarização no Brasil passou por inúmeros momentos, sendo o início do século XX um tempo em que as mudanças sociais, políticas e curriculares influenciavam diretamente a cultura escolar das instituições de ensino e suas relações políticas com a República. O ensino confessional católico foi de suma importância para a consolidação de espaços escolares num contexto onde quase inexistia escolas com instalações próprias e um currículo centralizado em meio a disseminação das cadeiras isoladas e o surgimento de algumas escolas públicas. O Colégio Nossa Senhora do Rosário surge nesse contexto, onde em 1919 a cidade de Alagoa Grande, no Brejo paraibano, uma sociedade abastarda em busca de formar sua juventude através da educação fomenta os custos de instalação de colégios em conjunto com a Igreja. Tendo em vista esse meio, o trabalho em questão se detém a pensar o papel da educação confessional no Brejo paraibano, pormenorizado o surgimento do colégio em questão e as relações de poder que possibilitaram que este fosse erigido.