A propagação da Gestão Democrática – GD, importada da iniciativa privada, se intensificou nos anos 2000 como forma de efetivação da educação como direito social, garantindo o acesso e permanência dos estudantes a um ensino de qualidade, sendo possível, pela prática política, a participação e formação cidadã. Para estruturação da GD na escola, a Lei de Diretrizes e Bases, prevê a participação política de todos os profissionais de educação e da comunidade a partir de conselhos. O conselho de classe é um espaço político de referência, para avaliação e reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem. Dessa feita, o objetivo deste artigo foi discutir a arena política evidenciada no processo de reestruturação do Conselho de Classe – CL em uma Escola da Rede Estadual de Educação do Rio Grande do Norte. Os resultados mostram: a dificuldade em superar os moldes do tradicional CL burocrático, autoritário, excludente e legitimador do fracasso escolar; os conflitos gerados entre técnicos e docentes na arena política escolar; e o quão a escola reproduz a lógica do Estado capitalista que é ideológico-repressiva, restringindo os estudantes à uma participação política parcial e limitada, que impede a formação dos estudantes para o exercício pleno da cidadania enquanto brasileiro.