O ambiente escolar é um local de formação de indivíduos, que atualmente é caracterizado por sua diversidade, tornando-se um espaço propício às divergências e ao desrespeito às pessoas tidas como diferentes. Compreendemos que as ações acerca da homofobia são de grande relevância, uma vez que o espaço escolar é um ambiente tanto de diversidade cultural, quanto de gênero. O interesse de pesquisar a respeito deste assunto partiu das experiências enquanto bolsistas do PIBID Ciências Sociais UERN, aliado a certa inquietação: como entender a forma que as escolas vêm desenvolvendo ações educativas acerca do tema homofobia? Com a falta de um projeto de convívio escolar mais amplo, as escolas vivem na chamada “lei do silêncio”. Os objetivos dessa pesquisa foram mapear as dificuldades e as possibilidades de uma ação educativa que contemple a diversidade sexual e trate de problemas relativos a questões vinculadas à sexualidade e à homofobia e perceber as dificuldades sofridas pelos professores, a ação dos gestores e o preconceito existente entre os alunos. Para a construção do presente trabalho, foram feitas observações e a realização de entrevistas estruturadas com gestores, professores e alunos. A realização do trabalho de campo ocorreu nas Escolas Estaduais Centro de Educação Integrada Prof. Eliseu Viana e Governador Dix-Sept Rosado na cidade de Mossoró-RN. Percebemos o que acontece quando a escola não sabe, ou não quer lidar com este preconceito, qual o contato do professor com estudos sobre educação sexual e homofobia e como os alunos assumem práticas que disseminam o preconceito em sua convivência escolar, contrariando a expectativa da escola como local de uma aprendizagem que promova a cidadania para todos e o respeito às regras que permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentes. Através das entrevistas estruturadas, constatamos que as escolas apresentam certa dificuldade acerca da abordagem do tema homofobia, pois não há neste ambiente nenhum grupo de estudo e/ou discussão que debatam essa temática; os docentes não são devidamente capacitados para abordarem este tema; há questões delicadas para se tratar em relação a gênero e sexualidade, mas os alunos não querem falar sobre o mesmo, por existir uma resistência por parte da família em relação ao tema. Os educadores e educadoras reconhecem que o tema é polêmico devido ao preconceito que existe tanto por parte da sociedade, como por parte dos pais. Consideram necessária a abordagem em sala de aula do tema gênero e sexualidade, em especial a homofobia, pois quando a escola não discute acerca do assunto passa-se a ter casos frequentes de violência.