Este artigo tem por objetivo fazer uma análise comparativa do modo como a indisciplina se instaura em duas escolas de rede estadual nos municípios de Alhandra e Conde, ambos no estado da Paraíba, verificando as técnicas disciplinares impostas pelas escolas e como os alunos resistem aos mecanismos de exercício do poder disciplinar. Para isso, utilizamos como aporte teórico uma pesquisa bibliográfica que tem como base fundamental os apontamentos de Michel Foucault. Na coleta de dados, utilizamos: observações das aulas, entrevistas, gravações, fotos retiradas do ambiente escolar e de momentos das aulas em percurso. A partir desta pesquisa, podemos concluir que as técnicas disciplinares impostas pela escola persistiram ao longo do tempo, mas em uma contínua renovação, devido aos avanços do mundo globalizado elas se reinventaram, assim como as formas de resistência. Outro aspecto interessante analisado foram as relações de poder, as quais englobavam: diretor, professor, funcionário, aluno, todos sob um olhar vigilante expresso por uma hierarquia. Além disso, apesar da instituição escolar exigir disciplina, ela mesma contribui para que o contrário (a indisciplina) venha a ocorrer, entrando então em contradição com o controle disciplinar que requer da vida, dos movimentos e do corpo do indivíduo, para que assim consiga o seu “adestramento” e este saia da escola dócil e útil à sociedade capitalista em que vivemos.