Os jovens, enquanto categoria social, são compostos por uma profunda diversidade: de classe, de gênero e de raça/etnia que são as contradições que estruturam a sociedade brasileira. Nesse sentido, são diferentes também as relações que desempenham com a sociedade:os jovens moradores de periferia têm uma vida muito diferente e precarizada se comparados aos jovens pertencentes às classes mais abastadas, e carregam em torno de si uma gama de estereótipos. Ainda, as condições de vida em lugares periféricos têm a marca da ausência do Estado no que se refere a serviços públicos e presença forte na violação de direitos humanos, de usurpação de cidadania. É aqui que se debruça a presente pesquisa: buscou-se estudar a relação dos jovens - especificamente jovens de periferia - e o modo como acessam a educação formal. A falta de políticas de permanência, de escolas de qualidade e de todo o conjunto de direitos essenciais, caracterizam muitos bairros periféricos e influenciam diretamente na relação jovem- acesso à educação formal.Como referencial teórico, foram realizadas leituras de textos de Althusser, Florestan Fernandes, Pierre Bourdieu e Paulo Freire.A metodologia adotada consiste em uma pesquisa exploratória de levantamento bibliográfico e documental, análise do material produzido durante a pesquisa de iniciação científica com dados coletados em questionário pela plataforma Google Forms. Foi possível constatar que 71% das jovens em algum momento da vida escolar foram postas diante da difícil escolha entre estudar ou dar conta das tarefas de cuidado com a família, já para os 65% dos jovens, o ingresso, ainda que informal e precarizado no mercado de trabalho foi o principal entrave para a continuidade aos estudos.É relevante mencionar que 100% da amostra relata alguma forma de dificuldade para acesso e permanência à educação, direito constitucionalmente garantido.