A pesquisa reside na ideia de que a educação em mídias é uma ferramenta importante para a autonomia da produção cultural interiorana, ao estimular o autoconhecimento do ser virtual, que as redes sociais permitiram que desenvolvêssemos. Sabe-se que o trabalho em coletivo otimiza os processos de produção e formação. A formação é o meio de conquistar autonomia e de ser actante, conceito desenvolvido nesta pesquisa a partir do Bruno Latour, em sua rede, o que pode configurar um comportamento contracultural. A educação em mídias provém ferramentas que otimizam o papel deste ser actante, esta otimização permite a articulação coletiva, a articulação autônoma coletiva permite transpor as dificuldades estruturais, olhar baseado nos conceitos de Antonio Negri e Michael Hardt, nesta pesquisa, foca-se nas estruturas do mercado de produção cultural interiorana. A habilidade de estabelecer conexões e realizar articulações no espaço virtual possibilita a superação de barreiras sociais e mercadológicas presentes no mundo físico. A integração dos dispositivos técnicos é rápida nos processos de comunicação, pois as mídias absorvem cada dispositivo que otimize os processos de comunicação, com objetivos mercadológicos. No ensino, esta absorção ocorre de maneira lenta. As características institucionais dificultam a experimentação necessária para uma implementação efetiva destes dispositivos. Foram analisados três coletivos de produção cultural na região do Cariri Cearense e Alto Sertão Paraibano, o Coletivo Estação de Sousa na Paraíba, o coletivo Dama Vermelha e o Duo Estranho Como Nós do Crato e Juazeiro do Norte no Ceará. A importância da educação é clara nos discursos e na estratégia dos coletivos, todos aprenderam mesclando o empírico com o educativo formal e informal. Cada um focando em completar as lacunas das formações individuais e carências da região em que cresceu e/ou vive atualmente, a análise dos processos educativos foi baseada nos conceitos da autora bell hooks.