A sociedade contemporânea traz consigo novos desafios, dentre eles o avanço tecnológico, que reflete uma série de mudanças na vida das pessoas e, consequentemente, das crianças. A tecnologia permite automatizar tarefas, agilizar compromissos, encurtar distâncias físicas, no entanto, modificou, em geral, a forma de brincar, levando muitas vezes a criança a passar longos períodos em frente a uma tela, com uma distração passiva. O brincar, quando atrelado somente a aparelhos virtuais, gera um distanciamento de sua função inicial, que é a de promoção do desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. É promotora também da mediação e interação social, fundamentais para o adequado desenvolvimento infantil. O objetivo deste estudo é discutir as implicações advindas das novas experiências tecnológicas mediadas por objetos eletrônicos sobre o brincar na infância contemporânea. Busca-se refletir sobre as consequências de um uso indiscriminado, no que diz respeito às funções constitutivas do sujeito. O estudo será conduzido a partir de pesquisa bibliográfica. Contudo, entre os tantos desafios que se apresentam neste contexto, possivelmente o maior deles seja encontrar o ponto de equilíbrio quanto a utilização destas tecnologias, de modo que se possa assegurar uma constituição psíquica adequada às crianças, não excluindo assim o acesso a essas novas experiências tecnológicas, mas atribuindo o devido espaço a elas.