A Literatura, enquanto fator de humanização, é um desafio para muitos, contudo, é um elemento indispensável para formação do indivíduo, pois os efeitos que causa, estimulam o pensamento e o diálogo entre várias concepções, opiniões e valores. Preceitos que estão atrelados à escola e que promovem a expansão dos pontos de vista dos sujeitos e, consequentemente, o avanço nas relações humanas. Essas proposições serviram de embasamento para este trabalho que tem como objetivo investigar o caráter humanizador da literatura proposto por Candido (2014) a partir de um projeto de intervenção utilizando como objeto de estudo obras infanto-juvenis. Somadas a isso, faz-se pertinente abordar outras questões sobre o lugar concedido ao trabalho com a Literatura em sala de aula, sobretudo nos anos finais do Ensino Fundamental. Além disso, motiva-nos a buscar respostas para a seguinte questão: pode uma obra literária contribuir para a formação da personalidade e humanização do sujeito? A necessidade de se promover uma discussão sobre o caráter humanizador que a Literatura apregoa surgiu daí, enfatizando o trato que este uso artístico da linguagem recebe nas escolas, sobretudo nas atividades de leitura mediada e reflexiva. Para a constituição do trabalho, serão apresentadas oficinas pedagógicas baseadas na proposta da sequência básica do letramento literário de Rildo Cosson (2018), o que proporcionou a coleta de textos, fotos e áudios produzidos durante a realização das atividades. Para a reflexão proposta, estabelece-se como primordial extrair trechos significativos da obra em questão, assim como também explorar as teorias propostas por Regina Zilberman (1983, 1985), Antonio Candido (2014), e Rildo Cosson (2008, 2018) que auxiliam, tanto no processo de reflexão sobre o ensino de literatura, como também nas estratégias metodológicas utilizadas para a abordagem e execução da leitura de obra. Espera-se com este trabalho demonstrar que com uma metodologia incentivadora apoiada na mediação da leitura, o estudo de obras literárias pode ser prazeroso e efetivo, ao permitir o encontro dos leitores com os textos e ainda levar os educandos a desenvolverem autonomia, imaginação, reflexão e sobretudo, humanização.