Na educação de surdos, torna-se necessário suscitar reflexões sobre a importância do letramento no processo de ensino e aprendizagem. O surdo aprende e compreende o universo, através da visualidade, assim o letramento proporcionará experiências visuais e empíricas, as quais ampliarão o repertório de conhecimentos. O problema de pesquisa partiu da inquietude de saber como as práticas, estratégias metodológicas, concepção de ensino do docente interferem na aprendizagem do discente surdo? Este trabalho tem como objetivo problematizar as práticas docentes e o processo de letramento de crianças surdas na perspectiva bilíngue. De acordo, com a lei nº. 10.436/02, a primeira língua do surdo é a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a sua segunda aquisição linguística é o português escrito. Nessa perspectiva, deve-se respeitar o direito linguístico do surdo na mais tenra infância de ter acesso à uma educação bilíngue, pois esta é basilar para a sua formação pessoal, acadêmica e profissional. Os teóricos que embasam este escrito são: Soares (2020); Perlin e Strobel (2014); Freire (1991) e Severino (2013). A pesquisa é de abordagem qualitativa e tecida por relatos de experiências, através de questionário. Os sujeitos são duas professoras. O lócus é o Centro de Atendimento ao Surdo. Espera-se, problematizar e reafirmar a relevância do letramento infantil dos surdos, a fim dessas práticas sociais subsidiar os conteúdos escolares e se tornarem uma aprendizagem significativa ao longo da vida. Sendo assim, o letramento na perspectiva bilíngue é um caminho que contribui para sanar os obstáculos e atrasos na aquisição da Libras e do Português escrito, promovendo uma educação de qualidade para o surdo.