Este trabalho analisa os riscos socioambientais enfrentados pela população do bairro do Vieira, em São José de Ribamar, Maranhão, onde o crescimento populacional e a ocupação inadequada de áreas ambientalmente frágeis exacerbam a vulnerabilidade de moradores. Utilizando uma abordagem quanti-qualitativa, foram aplicados questionários a 16 residentes, visando compreender suas percepções sobre os riscos associados a inundações e deslizamentos, geralmente intensificados por chuvas. Os resultados revelaram que 56% dos entrevistados reconhecem viver em áreas de risco, com a maioria apresentando baixo nível de escolaridade e dependência econômica de atividades como a pesca e benefícios sociais. A pesquisa identificou que a percepção de risco é influenciada pelo espaço habitado, evidenciando que aqueles que residem próximos ao manguezal se sentem mais ameaçados por inundações em comparação aos moradores de áreas mais elevadas. Além disso, a falta de infraestrutura adequada, como drenagem e saneamento, agrava a situação. Os participantes sugeriram medidas de prevenção, destacando a necessidade de melhorias na drenagem e fiscalização das ocupações irregulares. O referencial teórico fundamentou a pesquisa em conceitos de vulnerabilidade e percepção de risco, como apresentado por autores como Almeida (2010), Deschamps (2004) e Veyret (2007). Portanto, o estudo enfatiza a importância da participação popular na formulação de políticas públicas, visando reduzir a vulnerabilidade socioeconômica e ambiental da comunidade, contribuindo para uma maior resiliência frente a desastres naturais.