A história geológica da Terra revela que, durante o Quaternário, o Nordeste brasileiro, incluindo o Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC), experimentou variações climáticas significativas, com períodos úmidos que promoveram a expansão da vegetação e alteraram as condições de intemperismo. Durante esses períodos, o aumento da umidade favoreceu o intemperismo químico e biológico, resultando na formação de novos minerais e na decomposição acelerada das rochas. No PNSC, essas mudanças influenciaram o relevo e a geomorfologia da região, como evidenciado por estudos que mostram a formação de sedimentos e a evolução do solo em resposta às variações climáticas. O estudo focou na análise mineralógica de sedimentos do Vale da Serra Branca, coletando 32 amostras de frações de silte e argila, e utilizando a difratometria de raios-X para identificar minerais como quartzo, mica, caulinita e gibbsita. As análises revelaram que a deposição dos sedimentos ocorreu entre 14.0±0.5 e 1.7±0.1 Antes do Presente (AP). A presença de gibbsita, associada ao intemperismo químico intenso, foi mais significativa em camadas formadas durante o Younger Dryas. A caulinita predominou em camadas mais antigas, sugerindo mudanças nos processos intempéricos ao longo do tempo. Esses dados ajudam a reconstruir as condições climáticas passadas, indicando períodos úmidos com intensificação do intemperismo químico, e oferecem sobre como as variações climáticas afetaram a geomorfologia e a formação de solos no PNSC. O estudo não só contribui para a compreensão das dinâmicas climáticas da região, mas também tem implicações para a preservação dos recursos naturais e sítios arqueológicos no parque.