Uma série de estudos sobre a climatologia no entorno de reservatórios hídricos foram desenvolvidos desde o início do século XX. Este trabalho busca avaliar a relação das anomalias anuais de chuvas no entorno do reservatório de Chapéu D’Uvas, localizado na zona da Mata Mineira, com a ação da Tropical Southern Atlantic Index (TSA). Foram utilizados dados de pluviosidade do posto pluviométrico Chapéu D’Uvas, da ANA, no período de 1950 a 2020. Os dados de anomalias da temperatura da superfície do mar (TSM) do Oceano Atlântico foram obtidos por meio da plataforma de teleconexões atmosférica/oceânicas da Universidade Federal de Itajubá. Os totais anuais de pluviosidade foram normalizados, submetidos ao desvio padrão e comparados com as anomalias de TSA. O teste de Mann-Kendall indicou que o Oceano Atlântico está significativamente mais quente nos 71 anos do período (+0,7ºC). Foi observada correlação oposta entre a pluviosidade anual e a TSA (anomalias positivas de chuvas com TSA negativa; anomalias negativas de chuva com TSA positivas) dos anos 1950 até o início dos anos 1990. Entretanto, a partir de 1990, houve oito anos com anomalias pluviométricas abaixo do limite inferior do desvio padrão. No mesmo período, não houve nenhum ano com desvios normalizados acima do limite superior. Assim, a tendência de aumento da TSA, com predomínio de valores positivos, associados a anos com anomalias pluviométricas negativas, é possível considerar que a TSA influencia, ao menos em parte, com as chuvas anuais no entorno do reservatório, corroborando com os estudos em climatologia nas escalas regionais/continentais.