Este painel reúne pesquisadores do campo do currículo preocupados em compreender como a reforma do ensino médio estabelecida pela Lei 13.415/2017 vem significando esse campo. Nesse propósito, explora os espectros da colonialidade na educação, a atuação filantrópica por meio de redes políticas e os sentidos que passam pela defesa de uma integralidade no ensino a fim de aglutinar narrativas da modernidade. O primeiro texto traz, uma reflexão, a partir de uma pesquisa bibliográfica sobre como a noção de colonialidade ressoa nos sentidos de escola. O texto argumenta que, nessa perspectiva, a escola corresponde a um projeto salvacionista, sendo o lugar da verdade em que se busca qualidade. Uma qualidade que hoje é passível de ser vendida, processo denominado como filantropia 3.0. Nessa linha, o segundo texto apresenta uma pesquisa sobre como as mudanças curriculares do ensino médio têm experienciado parcerias como a que acontece entre a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e a Ong Já Rio. Entende-se que a estreita relação entre instituições filantrópicas e o setor público diz respeito a um efeito do discurso de fracasso escolar no Estado, mediante dados que não são discutidos em suas singularidades. Como um aspecto do que foi trazido anteriormente, o último texto explora a noção de integralidade a partir do projeto de Lei 5.230/2023 para o ensino médio, documentos da Unesco e o programa global Agenda 2030, concluindo que esses documentos servem para que se dissemine uma infinidade de interesses na educação.