O presente artigo tem por objetivo analisar as transições educativas sob o ponto de vista das famílias de bebês, tomando por base uma pesquisa de doutorado, em andamento, em uma creche universitária da cidade de São Paulo. Com o intuito de investigar as percepções das famílias a respeito da inserção na creche foi realizada uma pesquisa, por meio de entrevistas, da qual participaram familiares (sendo três mães e um pai) de três bebês ingressantes no contexto da creche e observações no ambiente institucional. As estratégias utilizadas foram entrevistas semiestruturadas, observações do cotidiano registradas em diário de campo e captação de cenas em foto. Inspirada em uma perspectiva etnográfica e com um enfoque qualitativo, este momento da pesquisa teve como foco principal conhecer, descrever e analisar as representações das famílias sobre os processos de transição. Considerando a natureza e a temática proposta, a investigação teve como pressupostos teóricos as concepções de Formosinho (2016), Portugal (1998), Winnicott (2023), Borgui (2010), Bassedas (1999), Hoyuelos (2019), Bondioli (1998), Staccioli (2013), Oliveira (2011). Pretende-se assim, ampliar os conhecimentos, da questão das relações parentais como fator que impacta na qualidade do atendimento educativo em creche. A grande questão é construir referências para pensar a respeito dos processos que constituem o contexto da creche dentre estes a relação com as famílias de bebês. Partindo da análise do material coletado foi possível perceber que transições tranquilas e contínuas estão em grande medida relacionadas com a qualidade das interações vividas pelas famílias com seus bebês no contexto institucional.