O presente estudo tem como objetivo analisar a interiorização individual das estruturas sociais ressignificadas na memória de uma mulher cega, visando compreender os desafios da inclusão social. Nessa perspectiva, A pesquisa buscou, por meio de uma abordagem autobiográfica, refletir sobre as relações entre a história individual e a história social de uma professora cega, destacando o papel dinâmico da subjetividade na construção de processos revolucionários de inclusão. O problema de pesquisa concentrou-se na seguinte indagação: como se deu a construção da identidade de Vita (nome fictício) como mulher cega, assim como os desafios enfrentados ao decorrer de sua vida. A base teórica considera que a história social se manifesta em cada vivência humana, refletindo-se nos atos, sonhos e comportamentos individuais. A metodologia empregada é a pesquisa narrativa, utilizando a técnica de entrevista via Google Meet. A participante Vita, compartilhou sua vida desde a infância, revelando não apenas suas lembranças, mas também as percepções de seus familiares sobre sua trajetória como pessoa cega. Os resultados incluem contribuições tanto da ampliação de discussões mais profundas acerca dos processos inclusivos, bem como da formação profissional de professores diante das dificuldades identitárias e educacionais enfrentadas por pessoas com deficiência visual. Os conhecimentos trazidos por Vita nas suas narrativas destacam uma compreensão de mundo com claros posicionamentos políticos para a defesa da inclusão e do importante papel da mulher na formação humana, nas suas diferentes fases de desenvolvimento.