Considera-se que, muitas vezes, o ensino na Educação de Jovens e Adultos - EJA esteja muito voltado para uma perspectiva de educar para o mundo do trabalho, especialmente pelo motivo de maioria dos estudantes matriculados nessa modalidade já se encontrarem como trabalhadores em alguma área. Nessa perspectiva a matemática acaba sendo, muito geralmente, apresentada ainda em uma concepção muito tradicional, em que são valorizadas apresentação de definições e exemplos, seguidos de uma sequência de exercícios de fixação, sem sequer, muitas vezes, estarem contextualizados. Entende-se a importância de pensar no desenvolvimento cognitivo e técnico para o mercado de trabalho, no entanto, não se pode perder de vista os princípios éticos, políticos e estéticos apontados nas diretrizes curriculares para o ensino básico. Muitos estudantes que chegaram até o EJA, não tiveram oportunidade, por exemplo, de desenvolver criatividade, percepção artística etc. sequer tiveram oportunidade de estudar a arte de modo mais atencioso, por vezes, não conseguem perceber a relação entre geometria e arte. Pensando nisso, foi vista a oportunidade neste artigo de pensar possibilidades de incluir esses jovens, adultos e idosos, estudantes na modalidade EJA na direção do princípio estético, a partir da relação entre geometria e arte. Para discorrer sobre esse assunto, foi-se seguido um percurso metodológico de investigação qualitativa do tipo bibliográfica. Acredita-se que trabalhar nessa direção além de incluir os estudantes da EJA na perspectiva do princípio estético, promovendo a oportunidade de que possam desenvolver o pensamento espacial, percepção artística e conhecimentos geométricos, também pode possibilitar a inclusão dos saberes, vivências e experiências trazidos pelos estudantes na dinâmica das discussões em sala de aula.