O número de casos de violência e feminicídio é recorrente no cenário brasileiro, tendo aumentado no ano de 2020 em consequência do isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19. A violência doméstica é usualmente acompanhada de dependência financeira e econômica por parte das vítimas em relação a seus agressores, reflexo de um longo período de desigualdades de gênero, que permeiam a organização social, a dinâmica econômica e as relações de poder. É um tipo de violência direcionado à figura feminina, somente pelo fato da pessoa ser mulher, fruto de uma discriminação não apenas contra a mulher em si, mas contra o feminino como um todo, que ocorre a partir do sistema patriarcal e pela dominação masculina. O objetivo principal deste estudo é ampliar as discussões em torno da dominação masculina, que segundo Bourdieu, enfatiza que a proteção dos direitos humanos inclui de forma preponderante o resguardo da mulher como ser humano que faz parte de uma minoria. A emancipação feminina, com o auxílio da capacitação - enquanto formação profissional, com o intuito da libertação da dependência econômica e financeira, a proteção preventiva, e a disseminação de informações e incentivos, são importantes componentes na luta contra o patriarcado, o machismo enraizado e as variadas práticas de violência. Este trabalho pretende ampliar o leque de alternativas de atuação do Estado, por meio da análise de pesquisa bibliográfica e revisão sistemática de políticas públicas educacionais existentes, a fim de contribuir para mitigação dos números alarmantes de violência doméstica no Brasil, em especial no Distrito Federal. Alicerçado pelos conceitos de Sen, que assegura o desenvolvimento de capacidades torna-se condição adequada para novas realidades sociais, econômicas e financeiras, e que formação profissional do indivíduo, concebe uma prática de socialização e transformação de esferas que podem funcionar como fator de libertação e emancipação da própria existência.