O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre elementos curriculares emergentes a partir de narrativas de uma ceramista, buscando traçar articulações entre técnicas-tecnologias, gêneros e subjetividades. Para tal, a presente investigação vale-se de um olhar heteroautobiográfico, ancorado em Margareth Rago, bem como de um pensar as narrativas enquanto produtoras-instauradoras de curricularidades e seus rastros. Para tal, buscou-se a escuta de uma mulher, ceramista, buscando outros modos referenciais sobre as tecnologias e suas interações na produção dos femininos, de si e das educações. Tal escuta foi catalisada por um roteiro de 14 questões norteadoras, sendo audiogravadas, transcritas e analisadas por análise de discurso de inspiração foucaultiana. Deste movimento analítico evidenciaram-se três eixos: i) A cerâmica enquanto referencial técnico outro, para pensar as produções em relação às formas, resistências e modelagens, da multiplicidade fatorial e da composição de artefatos; ii) O feminino enquanto princípio e força, tratado como energética, performatividade e substrato; e, iii) A oficina enquanto metáfora do espaço formativo para elaboração de si, sendo espaço de encontros, técnicas, trocas e com-formações.