A coordenação pedagógica é um espaço fundamental para a formação continuada das/es/os profissionais da educação. Na educação pública, ela representa a possibilidade de discutir coletivamente aspectos importantes para escola, promovendo questionamentos, reflexões e reconstituição de práticas. Entretanto, é também espaço de disputa e luta pelo poder. Nesse sentido, esse trabalho visa compreender como uma ação de formação continuada chamada “Gênero, Diversidade Sexual e Educação”, vivenciada por várias unidades escolares da rede pública de ensino do Distrito Federal, pode provocar processos de reflexividade crítica fundamentais para que práticas pedagógicas antimachistas e antiLGBTIfóbicas sejam promovidas na escola. O presente estudo, assim como a ação de formação aqui apresentada, é orientado teórico-metodologicamente pelos Estudos Críticos do Discurso e pelos Estudos de Gênero para investigar como que o discurso, presente nas práticas sociais, pode ser rearticulado a partir da problematização da materialidade discursiva do documento orientador das práticas pedagógicas das/es/os servidoras/es públicas/os da Educação Básica nessa unidade federativa: o Currículo em Movimento. Para tanto, analiso os recursos utilizados durante a ação formativa, fragmentos do currículo que garantem a discussão sobre diversidades, bem como alguns fragmentos textuais produzidos pelas/es/os profissionais que participaram dessa atividade. Como resultado, é possível perceber um fortalecimento do grupo que já tratava da temática, uma provocação reflexiva àquelas/us/es que muitas vezes se engajam a discursos e representações estereotipadas inconscientemente, além de um arrefecimento dos grupos mais conservadores e resistentes à temática pela percepção da legalidade que essa discussão tem no ambiente escolar.