O presente trabalho tem como objetivo identificar como ocorre o acolhimento de homens trans e pessoas transmasculinas gestantes no Sistema Único de Saúde, refletindo sobre as condições biopsicossociais que afetam a construção de uma parentalidade que subverte as estruturas cisnormativas, além de propor meios de sensibilização dos profissionais de saúde através da criação de uma cartilha informativa e de grupos reflexivos. A metodologia utilizada consistiu em uma revisão narrativa, a partir da pesquisa e leitura de artigos e trabalhos referentes ao tema, em maio e junho de 2023. Foram utilizados os mecanismos de busca das plataformas SciELO e Google Acadêmico para selecionar produções que abordam a construção sócio-histórica das transmasculinidades no Brasil por um viés interseccional; apresentam os impactos biopsicossociais da gestação em homens trans e pessoas transmasculinas; mapeiam os dispositivos voltados à população LGBTQIA+ que compõem o SUS; explicitam os óbices enfrentados pela população trans no acesso à saúde. Com base na análise destas produções, foi possível identificar os atravessamentos que marcam corpos transmasculinos, de que modo a transfobia afasta homens trans e transmasculines gestantes dos espaços de promoção à saúde e quais políticas e práticas foram criadas nas últimas décadas para enfrentar estas problemáticas sociais. Evidenciou-se que, apesar de inúmeras conquistas protagonizadas por movimentos compostos pela comunidade trans, ainda há percalços devido a não totalidade da efetividade de um acesso à saúde sem discriminações e capacitado a propiciar um acolhimento e cuidado de qualidade a homens trans e transmasculines que gestam.