A discussão sobre as diferenças culturais na escola e na formação inicial de professores/as tem se tornado cada vez mais urgente e necessária, uma vez que percebemos o aumento de discursos de ódio que se justificam por uma certa “proteção à família brasileira” desencadeando a produção de preconceitos e discriminações ligados às questões de gênero, sexualidade, raça, religião entre outras. Neste contexto, este estudo buscou problematizar as práticas desenvolvidas em uma disciplina curricular denominada Educação, sexualidade e gênero no âmbito do curso de Pedagogia de uma universidade privada situada na região da baixada fluminense, periferia do estado do Rio de Janeiro, destacando as percepções de professoras em formação acerca das questões de gênero e sexualidade a partir de experiências pedagógicas vivenciadas ao longo de um semestre letivo. Para tanto, partimos de uma abordagem qualitativa, onde através da aplicação de questionários e anotações no diário de campo buscamos perceber as diferentes visões iniciais das estudantes acerca das questões de gênero e sexualidades e em que medida, ao longo do semestre, tais visões foram interrogadas, ampliadas, ressignificadas, escrutinadas ou até mesmo ratificadas. Os dados produzidos mostraram mudanças no entendimento de alguns conceitos relacionados à gênero e sexualidade, o que indica a necessidade da problematização de tais questões na formação inicial de professores/as e a construção de práticas pedagógicas imbuídas pelo olhar sensível às diferenças.