Este trabalho apresenta um panorama da saúde mental das pessoas LGBTI+ no Brasil a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem da População LGBTI+ 2019, realizada pela ONG TODXS. Os dados foram obtidos por questionário online, construído conforme DATASUS. A coleta durou 3 meses e obteve 15326 respostas de pessoas maiores de 18 anos, das 27 capitais do Brasil. São 03 as questões em saúde mental investigadas: prevalência de transtornos mentais; busca por auxílio psicológico por ser LGBTI+ e acesso a plano de saúde privado. Identidade racial e empregabilidade/renda foram os principais marcadores utilizados para análise. Dos respondentes, 29,86% reportou ter transtorno mental, sendo a depressão (39,46%) e a ansiedade (32,33%) os mais prevalentes. Entre pessoas empregadas e desempregadas, há maior prevalência de transtornos entre desempregadas (35%) frente às empregadas (26,7%). Cabe ressaltar que a amostra com renda até 2000 reais é composta majoritariamente por pessoas que relatam transtornos mentais. Quanto à busca por auxílio psicológico por ser LGBTI+, as pessoas indígenas (71,4%) são as que menos recorrem a esses serviços, seguidos por pessoas pardas (66,5%), pretas (65,3%) e brancas (59,6%). Quanto ao acesso a plano de saúde privado, mais da metade das pessoas indígenas (53,7%), pardas (52,1%) e pretas (56%) respondentes não possuem o serviço, enquanto apenas (37,7%) das pessoas brancas não possuem. Mesmo a pesquisa tendo caráter amostral, o perfil dessas experiências apontadas podem contribuir para a ampliação do debate em políticas públicas.